Que brincar faz bem para o seu filho, você já sabe. Mas já imaginou como as brincadeiraspodem beneficiar a saúde dele até quando ele crescer? Uma pesquisa da Universidade de Ulster, na Irlanda do Norte, feita com 500 adultos, constatou que os adultos mais saudáveis e com um estilo de fica mais ativo tiveram uma infância cheia de brincadeiras.
Os pesquisadores dividiram a brincadeira em quatro categorias – criativa, ativa, tecnológica e solitária – e verificaram que todas tiveram impactos positivos no estilo de vida adulto. Eles também verificaram o contrário: crianças que foram criadas com restrições a brincadeiras tornaram-se adultos com tendência a sobrepeso e hábitos menos saudáveis. “Apesar de ser algo espontâneona infância, brincar muitas vezes não é considerado tão importante pelos pais”, afirma Tony Cassidy, responsável pelo estudo, em comunicado da universidade.
Brincar ao ar livre faz bem
Outra pesquisa, conduzida pela Universidade de Washington, também reforça a tese do quanto as brincadeiras são importantes não só para o desenvolvimento infantil, mas também para uma boa saúde. Os pesquisadores constataram que a existência de espaços verdes perto de casa contribui para que as crianças façam mais atividades físicas e, consequentemente, tenham menos riscos de ficarem obesas.
A pesquisa foi conduzida por Janice Bell e outros pesquisadores da Escola de Saúde Pública e Medicina Comunitária da Universidade de Washington. Eles acompanharam quase 4 mil crianças e jovens, de 3 a 16 anos, durante dois anos. De acordo com artigo publicado na edição de dezembro do American Journal of Preventive Medicine, a pesquisa sugere, ainda, que as crianças que vivem em contato com áreas verdes apresentam melhor funcionamento cerebral e menos sintomas de déficit de atenção e hiperatividade.
Você mora longe de parques? Ou vive em uma cidade carente de espaços verdes? Então, procure outras alternativas: viaje para o campo sempre que possível, cultive um jardim em seu próprio quintal e se divirta junto com as crianças. De quebra, você também relaxa, se sente mais revigorado e ganham até mesmo auto-estima.
Televisão e videogame em excesso fazem mal
Pesquisadores da Universidade Yale, dos Estados Unidos, realizaram um estudo abrangente em que reuniram 173 pesquisas diferentes sobre a relação entre as crianças e as mídias em geral, produzidas desde 1980. Eles constataram que aquelas que passam muito tempo assistindo à televisão, a filmes, navegando na internet ou jogando videogame estão mais propensas, futuramente, a desenvolver problemas como obesidade, fumo, uso de drogas e álcool, déficit de atenção e hiperatividade, além de apresentarem baixo rendimento escolar.
E quanto seria esse “tempo excessivo”? Como diz Cary Gross, professor da Faculdade de Medicina de Yale, e um dos responsáveis pelo estudo, há pesquisas que apontam uma média de 8 horas por semana, enquanto outros mostram que 2 horas por dia já seriam excessivas, tanto para os menores de 3 anos de idade, quanto para os maiores.
Mas, apesar de existirem mais evidências em relação à quantidade, é preciso estar atento também ao conteúdo que as crianças têm acesso. “Elas são como esponjas e absorvem o que vêem na televisão. O ideal é que os pais reduzam o tempo dos filhos em frente à tela”, diz. Cross tem dois, de 6 e 8 anos, e afirma que eles passam cerca de apenas 30 minutos diários em média em frente à TV ou ao computador. “E eu assisto a todo programa antes, assim como também conheço todo game que eles jogam”, fala. Entre as medidas apresentadas aos pais pelo grupo de pesquisadores, estão monitorar o uso, ver, ouvir e navegar junto com eles na internet, além de explicar às crianças o que é positivo e negativo nos programas de TV e games.
Link original: Crescer - NOTÍCIAS - Brincadeira na infância reflete em uma vida adulta mais saudável
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